Negócio potencial formaria gigante da aviação com 60% do mercado doméstico; Azul e Gol seguem em fase inicial de negociação.
As ações das companhias aéreas Azul e Gol registraram alta expressiva nesta quinta-feira (16), impulsionadas pelo anúncio de uma possível fusão entre as empresas. No início do pregão, os papéis da Azul subiram 8%, enquanto os da Gol avançaram 12% na B3, a bolsa de valores brasileira.
A fusão, caso concretizada, criaria uma gigante no setor de aviação, com 60% do mercado doméstico, superando a concorrente Latam, que atualmente detém cerca de 40%, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Entenda o anúncio
O grupo Abra, controlador da Gol e da Avianca, anunciou na quarta-feira (15) a assinatura de um memorando de entendimento com a Azul para estudar a viabilidade da união dos negócios. Apesar de estar na fase inicial, o mercado reagiu positivamente à possibilidade de sinergias que podem ser geradas com a fusão.
Em comunicado oficial, a Gol destacou que o acordo busca “explorar a viabilidade de uma possível transação”, enquanto a Azul enfatizou que a operação pode trazer melhorias para os clientes e maior eficiência operacional.
Impacto no mercado
Caso a fusão se concretize, as duas empresas devem manter marcas e operações independentes, mas poderão integrar suas malhas aéreas, atendendo ao maior número de destinos no Brasil. A fusão também traria vantagens em termos de frota, atendimento e capilaridade de serviços.
Reestruturação e desafios financeiros
A Gol, que atualmente está em processo de reorganização judicial nos Estados Unidos (Chapter 11), vê na fusão uma oportunidade de fortalecer sua posição no mercado. A empresa afirmou que o acordo está sujeito à finalização de sua reestruturação, estimada para resolver uma dívida de aproximadamente R$ 20 bilhões.
Perspectivas para o setor
A união entre Azul e Gol seria um marco na aviação brasileira, trazendo potencial de maior competitividade e conectividade para o mercado doméstico. No entanto, a fusão está sujeita a aprovação de órgãos reguladores e a resolução de questões financeiras, além de ser avaliada quanto ao impacto na concorrência.