Apesar do programa ter potencial para retirar 10,7 milhões da pobreza em 2023, estudo inédito da USP revela disparidades significativas
O Bolsa Família, com sua reformulação e aumento do valor do benefício, está destinado a retirar 10,7 milhões de pessoas da pobreza em 2023, um marco significativo que representa uma redução de quase 20% na taxa de pobreza do Brasil. No entanto, um estudo inédito do Made-USP (Centro de Pesqnike air jordan 1 nike air max 1 herren team red tenisky armani jeans damske nike mercurial vapor xi tech craft von dutch cap barra di torsione anteriore amazon adidas zx flux scarpe air max 720 i am yours piano chords mono antipañal sexy teens in tight shorts fön mit batterie vestire rock bassetti copriletto matrimoniale borse y not al 70 di sconto uisa em Macroeconomia das Desigualdades da Universidade de São Paulo) alerta para disparidades preocupantes, revelando que dos 45 milhões de brasileiros que permanecerão na pobreza, três em cada quatro serão negros.
Essa análise projetou que, apesar da reformulação do Bolsa Família, 32,5 milhões dos brasileiros em situação de pobreza em 2023 serão negros, representando 71% do total. Essa cifra contrasta fortemente com a representação de pretos e pardos, que compõem 56% da população brasileira, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Os resultados do estudo lançam luz sobre os limites do programa social do Bolsa Família, que está comemorando seu 20º aniversário este mês. Os pesquisadores do Made-USP argumentam que o novo Bolsa Família, embora tenha o potencial de aliviar a pobreza em grande escala, não é uma solução abrangente para os obstáculos estruturais em direção a uma sociedade mais igualitária e inclusiva.
Luiza Nassif-Pires, diretora do Made-USP e coautora do estudo, observa que “quando você tem uma população que sofre com certas desigualdades enraizadas na história, ao tratá-la de forma igual com políticas públicas, você, na verdade, está perpetuando uma forma de desigualdade.” Nassif-Pires argumenta que, para combater desigualdades profundamente enraizadas, como o racismo, são necessárias ações direcionadas, como políticas de ação afirmativa para ampliar o acesso da população negra à educação.
No entanto, ela também ressalta a importância de abordar o racismo sistêmico e de implementar políticas específicas para ajudar as pessoas negras a saírem da pobreza, incluindo a discussão de políticas públicas que considerem a reparação histórica em relação à escravidão.
Detalhes do Estudo
O estudo intitulado “Do Bolsa Família ao Brasil sem Miséria? Duas Décadas de Luta pela Universalização da Cidadania” analisou os impactos do programa Bolsa Família nas taxas de pobreza e extrema pobreza ao longo de duas décadas, de 2003 a 2023. Para as projeções, os pesquisadores consideraram as linhas de pobreza e extrema pobreza do Banco Mundial, que são de US$ 5,50 e US$ 1,90 por dia, respectivamente.
Esses valores foram ajustados para o contexto brasileiro, levando em conta a Paridade de Poder de Compra (PPC) entre as moedas e considerando a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), resultando em um valor equivalente de R$ 536 mensais por pessoa para a pobreza e R$ 185 para a extrema pobreza em junho de 2023.
Os pesquisadores utilizaram dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE, tanto a edição anual entre 2003 e 2015, quanto a atual Pnad Contínua, realizada mensalmente desde 2012 até 2023. A Pnad Contínua reúne informações sobre emprego, renda e outros indicadores socioeconômicos em uma amostra de domicílios.
O estudo destaca a necessidade de medidas abrangentes para abordar desigualdades profundamente enraizadas e buscar soluções que vão além dos programas sociais, visando a verdadeira equidade e inclusão social em toda a sociedade brasileira.