Representantes da CL Empreendimentos Eireli, empresa dona da embarcação Cavalo Marinho I, que virou em agosto de 2017 após sair do terminal de Mar Grande, na Ilha de Vera Cruz matando 19 pessoas, se pronunciaram pela primeira vez na manhã desta sexta-feira (4), durante entrevista coletiva.
O advogado maritimista José Castro Freire e o engenheiro naval Vanderley Bernardo, refutaram o resultado do julgamento do Tribunal Maritímo, que aconteceu no mês passado e que condenou o engenheiro, o dono da lancha e a empresa.
Eles afirmaram que o comandante da Cavalo Marinho I não foi informado do mau tempo pela Marinha. “A previsão do tempo é um documento que a Marinha faz e, neste documento, existe o aviso de mau tempo. O problema todo é que a previsão do tempo não está no processo. A previsão do tempo que tinha nos autos é a previsão do dia 24, às 12h, seis horas depois do acidente”, disse Vanderley Bernardo.
“Quando ele saiu, foi pego de surpresa com ondas de 3,80 metros. Não havia o aviso de mau tempo da Capitania [dos Portos], nem a previsão do tempo no processo. As condições de mar, ondas e ventos estavam degradadas, então, onde está o aviso de mau tempo?”, questionou.
Outro ponto questionado pela defesa, foram os laudos feitos pela Capitania dos Portos da Bahia e pelo Tribunal Marítimo. Segundo os especialistas, os cálculos que basearam o estudo foram feitos com o documento errado.
“Foram encontrados mais de 10 equívocos, dos mais grosseiros e importantes aos menos importantes. O principal deles foi o uso de um documento equivocado. O engenheiro, para fazer esse cálculo, ele precisa de quatro documentos. Três estavam no processo e um, o principal, não se encontrava no processo”, comentou o engenheiro.
“O documento mostra como as pessoas vão ser distribuídas para que seja feito o cálculo. Usar o plano errado, o plano de outra embarcação, vamos dizer assim, é um erro grosseiro de perícia”, completou. INSTAGRAM : @Noticiatem
CL Empreendimentos Erili alega que o comandante não foi avisado sobre o mau tempo e aponta contradições entre perícias