A Operação Último Ratio, conduzida pela Polícia Federal, revelou um esquema de corrupção envolvendo a venda de decisões judiciais no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.
No centro das investigações estão os advogados Rodrigo Gonçalves Pimentel e Renata Gonçalves Pimentel, filhos do desembargador Sideni Soncini Pimentel, que, segundo a PF, atuavam como intermediários nas negociações.
Em mensagens trocadas, Rodrigo deu garantias de que uma decisão seria proferida “perto das 6 da tarde”, reforçando o controle que, supostamente, tinha sobre a emissão das sentenças.
Em um caso de 2016, ele teria prometido uma decisão do desembargador Luiz Tadeu Barbosa da Silva para liberar valores depositados judicialmente, evidenciando a venda de decisões judiciais para atender interesses específicos.
Um dos diálogos também mostra Rodrigo Pimentel garantindo a modificação de votos judiciais, como uma estratégia para atender às demandas dos clientes.
Em outra conversa, o advogado Félix Jayme Nunes da Cunha incentivou o então prefeito de Bodoquena, Jun Iti Hada, a comprar uma decisão favorável em um processo criminal.
De acordo com a PF, o esquema usava familiares dos desembargadores, muitos deles advogados, para negociar e receber pagamentos sem chamar a atenção. O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul afirmou que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) adotou medidas específicas contra alguns desembargadores e servidores, sem afetar o restante do corpo judicial.
Esse caso levanta questionamentos profundos sobre a integridade do sistema judiciário e reforça a importância de uma fiscalização rigorosa para evitar práticas corruptas.
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