Incêndio causado por pirotecnia deixou 59 mortos e mais de 150 feridos; autoridades apontam superlotação e falta de licença no local
Um incêndio devastador ocorrido no último domingo (16/3) na boate Pulse, em Kocani, na Macedônia do Norte, está sendo comparado internacionalmente à tragédia da Boate Kiss, ocorrida em Santa Maria (RS), Brasil, em 2013. Assim como no caso brasileiro, o fogo começou após faíscas de um show pirotécnico atingirem o teto inflamável do local, provocando pânico, destruição e um rastro de vítimas fatais.
Até o momento, 59 pessoas morreram e 155 ficaram feridas. A maioria das vítimas eram jovens entre 14 e 24 anos, repetindo o mesmo perfil do público presente na fatídica noite em Santa Maria.
Semelhanças com a Boate Kiss: uma tragédia que se repete
Os paralelos entre os dois episódios são alarmantes. Assim como na Kiss, o incêndio na Pulse foi provocado por efeitos pirotécnicos utilizados por uma banda durante uma apresentação ao vivo, prática extremamente perigosa em ambientes fechados e com materiais inflamáveis.
Na boate brasileira, as chamas atingiram a espuma acústica do teto, liberando uma fumaça tóxica que contribuiu para o alto número de mortes — 242 ao todo, além de mais de 600 feridos.
Já na Pulse, o fogo se espalhou rapidamente pelo revestimento inflamável no teto, também comprometendo as rotas de fuga e aumentando o número de vítimas.
Superlotação: outro fator comum e fatal
Outro ponto que agrava a tragédia em ambos os casos é a superlotação dos estabelecimentos.
- A boate Pulse tinha capacidade para apenas 250 pessoas, mas, segundo autoridades, mais de 500 ingressos foram vendidos.
- Na Boate Kiss, cuja capacidade era de 691 pessoas, estavam presentes entre 1.000 e 1.500 pessoas naquela noite, segundo a Polícia Militar.
A falta de controle de público e estrutura de segurança foram determinantes para o desfecho trágico em ambos os cenários.
Prisão de responsáveis e investigação em andamento
Na Macedônia, 15 pessoas já foram presas, incluindo o gerente da boate, o filho do proprietário, funcionários e até ex-funcionários, suspeitos de envolvimento ou negligência. O Ministério do Interior informou que a empresa responsável pela boate não tinha licença para operar, o que agrava ainda mais a situação legal dos envolvidos.
A expectativa é que novas prisões ocorram nos próximos dias, enquanto as autoridades continuam as investigações sobre as irregularidades que permitiram o funcionamento do local.
Lição não aprendida: tragédias anunciadas continuam acontecendo
O incêndio da Pulse expõe novamente a fragilidade das fiscalizações em casas noturnas ao redor do mundo, além da irresponsabilidade de gestores que colocam lucros acima da vida.
Apesar do alerta global deixado pela tragédia da Boate Kiss, o uso de pirotecnia em locais fechados ainda acontece, e com consequências devastadoras.
Enquanto familiares enterram seus entes queridos na Macedônia, o mundo se pergunta: quantas outras tragédias ainda serão necessárias para que se aprenda com os erros do passado?