O Jogo do Tigrinho, conhecido como Fortune Tiger, ganhou notoriedade recentemente, saindo das telas dos celulares e chegando às manchetes dos jornais devido a uma reportagem do Fantástico. Investigado pela Polícia Civil do Paraná, o Fortune Tiger é acusado de ser um esquema criminoso de apostas online. A popularidade do jogo foi impulsionada por influenciadores digitais como Sthe Matos, Kevi Jonny e Cristian Bell, que ajudaram a viralizar o jogo nas redes sociais, chamando a atenção das autoridades brasileiras.
Como Funciona o Jogo do Tigrinho?
O Fortune Tiger é um jogo de azar com temática baseada no zodíaco chinês. Os jogadores se inscrevem na plataforma, fazem depósitos de dinheiro e giram as bobinas para apostar na roleta. Vence quem consegue combinar três símbolos nas linhas de pagamento. As apostas variam de R$0,50 a R$600 por rodada. O jogo, desenvolvido pela PG Soft e lançado em 2022, promete um retorno ao jogador (RTP) de 96,96%. No entanto, seu sistema é hospedado no exterior, sem registro ou representantes no Brasil.
Falsas Promessas e Problemas Gerados
O jogo promete ganhos elevados, baseando-se em multiplicadores de 10x na roleta e rodadas bônus que podem elevar o retorno da aposta em até 2.500 vezes. Porém, há inúmeros relatos de jogadores acusando o jogo de não pagar os ganhos acumulados e de causar vício, resultando na perda de todas as economias dos jogadores.
Ilegalidade e Legislação
No Brasil, os jogos de azar são proibidos desde 1946. A legislação brasileira diferencia apostas esportivas de jogos de azar, permitindo as primeiras sob regulamentação. Jogos como o Fortune Tiger, sem regulamentação, são considerados ilegais. A maioria dos sites de apostas, incluindo a PG Soft, está sediada em paraísos fiscais, burlando a legislação brasileira e dificultando a fiscalização.
Impacto na Saúde Mental
Os jogos de azar representam um risco significativo para a saúde mental, causando dependência que leva a problemas cognitivos, de relacionamento e financeiros. Este tipo de vício é mais silencioso que a dependência em álcool e drogas, pois os sintomas físicos não são tão evidentes.
Divulgação por Influenciadores
Influenciadores digitais têm promovido o Jogo do Tigrinho nas redes sociais, muitas vezes ostentando vidas luxuosas que atribuem aos ganhos no jogo. A Polícia Civil descobriu que esses influenciadores atuam como aliciadores do esquema criminoso, ganhando de R$ 5 mil a R$ 15 mil por campanha semanal, além do lucro por cadastro de novos jogadores.
Esquema de Pirâmide e Operação Policial
A promessa de ganhos elevados chamou a atenção da polícia, que suspeitou de um esquema de pirâmide financeira. Em setembro, a operação Quebrando a Banca trouxe à tona a realidade do esquema, com a apreensão de mais de R$ 1 milhão em dinheiro e veículos importados. Influenciadores envolvidos estão sendo investigados por promover jogos de azar, loteria não autorizada, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
O Jogo do Tigrinho exemplifica os perigos dos jogos de azar e a facilidade com que influenciadores podem promover esquemas ilegais. A investigação policial continua, e medidas estão sendo tomadas para proibir a divulgação de plataformas de jogos de azar no Brasil, protegendo os jogadores de fraudes e vícios.