O icônico apresentador estava hospitalizado desde o início de agosto, poucos dias após ser liberado de um quadro de H1N1.
Internação e falecimento
Silvio Santos, um dos maiores ícones da televisão brasileira, faleceu na madrugada deste sábado (17/8), aos 93 anos, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. O apresentador havia retornado ao hospital no início de agosto, logo após receber alta por um quadro de H1N1.
Legado familiar
Silvio Santos deixa seis filhas, que seguirão com o legado do pai à frente do SBT.
Trajetória do Homem do Baú
Silvio Santos é uma figura histórica na televisão brasileira. Nos últimos 60 anos, esteve presente em várias emissoras, incluindo a Globo, até fundar sua própria rede: o SBT (Sistema Brasileiro de Televisão). A vida de Senor Abravanel, verdadeiro nome do apresentador, é digna de um seriado – e de fato, foi tema de um seriado (O Rei da TV) e de um filme, que será lançado em 5 de setembro.
Início humilde e ascensão
Filho de Alberto Abravanel e Rebeca Caro, Senor nasceu no Rio de Janeiro em 12 de dezembro de 1930. Desde cedo, envolveu-se em negócios para ajudar a família. Um episódio marcante de sua juventude foi o trabalho como camelô nas ruas do Rio de Janeiro, vendendo capas para Títulos de Eleitor. O nome artístico Silvio Santos surgiu quando a carreira no rádio e na televisão se tornou uma oportunidade de aumentar seus ganhos.
Carreira na televisão
Após se unir a Manoel da Nóbrega, Silvio estreou na TV em 1962, com o programa “Vamos Brincar de Forca”, na TV Paulista. Em 1963, estreou o “Programa Silvio Santos”, que continua no ar até hoje. Segundo Maurício Stycer, biógrafo e autor do livro “Topa Tudo Por Dinheiro”, Silvio viu no rádio e na TV uma chance de expandir seus negócios e conquistar seu próprio canal.
Criação do SBT e legado na TV brasileira
Diante do sucesso, Silvio Santos decidiu investir ainda mais, sonhando em criar uma rede de televisão. O projeto começou em 1976, quando o general Ernesto Geisel, presidente durante a ditadura militar, concedeu a Silvio a TVS (TV Studios) do Rio de Janeiro. Quase cinco anos depois, em 1981, ele fundou o SBT.
No SBT, Silvio inovou com uma programação única, com pouco espaço para jornalismo, programas originais e apostas ousadas, como o seriado “Chaves” e as novelas mexicanas. Na sua emissora, Silvio lançou nomes como Gugu Liberato, Celso Portiolli, Eliana, Mara Maravilha e, mais recentemente, Maisa e Larissa Manoela.
Silvio Santos e a política
Em 1989, na primeira eleição presidencial após a ditadura militar, Silvio Santos surpreendeu ao se candidatar à Presidência da República. Faltando menos de um mês para o primeiro turno, setores do Partido da Frente Liberal lançaram a candidatura de Silvio Santos, filiado ao partido desde 1988. Contudo, ele concorreria por outro partido: o Partido Municipalista Brasileiro (PMB). O PMB já tinha um candidato, Armando Correia, que renunciou, permitindo a formação da chapa com Silvio Santos e o senador Marcondes Gadelha como vice.
Candidatura à presidência
A candidatura de Silvio causou grande impacto, e a Justiça Eleitoral recebeu 18 pedidos de impugnação. Pesquisas da época mostraram que cerca de 30% do eleitorado apoiava Silvio Santos. No entanto, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) considerou a candidatura ilegal por não respeitar os prazos legais. Em 9 de novembro de 1989, a Corte impugnou a chapa Silvio Santos-Marcondes. A eleição ocorreu em 15 de novembro de 1989, e Fernando Collor de Mello foi eleito presidente da República.
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