O cantor Xande de Pilares se vê envolto em uma polêmica após sua música “Me Abraça” ser alvo de censura por parte do Ministério Público do Estado de São Paulo. A Associação Nacional de Juristas Islâmicos solicitou a alteração da letra, alegando que esta contém conotação preconceituosa contra a comunidade islâmica. A decisão judicial determinou que a canção seja modificada em um prazo de 30 dias, sob pena de multa, e ainda solicitou uma indenização por danos morais coletivos.
A controvérsia em torno da música “Me Abraça”, interpretada por Xande de Pilares e Ferrugem, alcançou novos patamares com a intervenção do Ministério Público do Estado de São Paulo. A Associação Nacional de Juristas Islâmicos (ANAJI) apresentou uma petição à justiça alegando que a letra da canção continha elementos preconceituosos e estigmatizantes em relação à comunidade islâmica.
O trecho em questão, segundo a ANAJI, associa o Islã ao terrorismo, o que é considerado ofensivo e inadequado. A letra, escrita por Claudemir Júnior, Peu Cavalcante e Rodrigo Leite, inclui a frase: “Pra que bombardeio, pra que engatilhar. Aqui não é Irã, ou Islã, Bagdá. Foi só um mau tempo que ainda dá tempo. Desarma essa bomba em nome de Alá”.
Diante desses argumentos, o Ministério Público decidiu favoravelmente à ANAJI, determinando que Xande de Pilares faça as devidas alterações na letra da música dentro de um prazo estipulado. Caso contrário, o cantor estará sujeito a uma multa de R$ 10 mil. Além disso, foi solicitada uma indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 30 mil.
A repercussão do caso levou à remoção da música das plataformas de áudio, como medida preventiva. A controvérsia reabriu o debate sobre os limites da liberdade artística e a responsabilidade social dos artistas em relação ao conteúdo de suas obras.
A censura imposta à música “Me Abraça” de Xande de Pilares evidencia a sensibilidade das questões envolvendo a representação de grupos minoritários na sociedade. A decisão do Ministério Público ressalta a importância de se evitar discursos que possam promover estereótipos e preconceitos, mesmo que de forma não intencional, através da arte. O caso serve como um alerta para a necessidade de maior conscientização e responsabilidade por parte dos artistas em relação ao impacto de suas criações na sociedade.