Fechamento de 44 escolas de educação para jovens e adultos e a retirada de professores especialistas estão entre as reivindicações dos manifestantes.
A reabertura dos trabalhos na Câmara de Vereadores de Salvador foi marcada por manifestações do lado de fora, na Praça Municipal. Mais cedo, um grupo de manifestantes protestou contra o aumento do IPTU na cidade, porém, a principal manifestação foi de professores da rede municipal.
O grupo cobrou diálogo do prefeito Bruno Reis e do secretário de educação Marcelo Oliveira. Entre a extensa lista de reivindicações do grupo estão o pedido de reabertura de turmas de educação de jovem e adultos e a retirada de professores especialistas em artes e educação física, que serão substituídos por pedagogos na rede municipal de ensino em Salvador.
“Tenho mais de 30 anos de educação e exijo o respeito pela educação. Não é possível que o secretário não entenda que tem que negociar e que não pode desmontar a educação pública, num conceito de educação que é o inverso do que nós educadores referenciamos”, criticou a professora Marilene Bertoli.
O secretário de educação de Salvador, Marcelo Oliveira, falou sobre a manifestação e negou a falta de diálogo. “Em momento nenhum interrompemos o diálogo com a representação sindical em busca da melhor educação para os nossos alunos. Estamos dialogando. Estamos aqui para esclarecer e demonstrar o acerto dessas conversas que é o melhor para nossas crianças”, disse o gestor em entrevista à TV Bahia, depois da manifestação.
Segundo ele, parte dos professores tem “radicalizado” nas negociações. “Uma parcela dessas pessoas que se dizem representantes tem radicalizado. Estamos argumentando de parte a parte, algumas partes estão radicalizando e isso prejudica”, criticou o secretário.
O gestor ainda negou o fechamento de escolas para educação de jovens e adultos. Segundo ele, o que ocorreu foi uma otimização de vagas em escolas de uma mesma localidade. “Não deixamos de oferecer vagas no EJA. Temos 10 mil matriculados e 8 mil vagas disponíveis. O que fizemos foi otimizar as vagas com escolas próximas da outras e resolvemos juntar em uma escola para otimizar o dinheiro público”, disse Marcelo.
Durante a manifestação em frente à Câmara, uma professora acusou seguranças da prefeitura de truculência durante a manifestação. Ela reclamou que o secretário não tem ouvido as pautas da categoria.
“Tivemos inúmeras tentativas de diálogos e o secretário disse que não vai abrir mão de nenhuma decisão. O secretário não quer ouvir e disse que não vai voltar atrás. São educações que modificam a vida e o porvir da educação de Salvador. Essa semana tivemos um período extenso de negociação e o senhor Marcelo Oliveira tem sido intransigente. Pedimos a ele e ao prefeito que escutem nossas pautas”, disse a professora Gerusa.
Por meio de nota, a prefeitura de Salvador disse que não houve nenhuma ação da Assistência Militar contra os manifestantes. A gestão ainda destacou que é contrária e repudia qualquer ação de violência contra os cidadãos.
Reabertura dos trabalhos
Já dentro da Câmara, o prefeito participou da reabertura dos trabalhos dos vereadores. O prefeito destacou a parceria do legislativo na votação e implementação de projetos como obras, assistência social e na oferta de oportunidades econômicas para geração de emprego e renda. A cerimônia ocorreu no Plenário Cosme de Farias, na Câmara Municipal de Salvador, com a presença do presidente da Câmara, Geraldo Júnior; da vice-prefeita Ana Paula Matos, vereadores e gestores municipais.
Fonte: g1
Veja Também: Policia Federal Vazamento de dados por Bolsonaro