O técnico Ceni valoriza elenco atual e afirma que clube fará contratações com cautela na próxima janela
Técnico fala sobre confiança no elenco, uso da base e estratégia conservadora de contratações sob gestão do Grupo City
O técnico Rogério Ceni revelou, durante entrevista coletiva concedida no último sábado (07), após a vitória do Bahia sobre o Náutico pela Copa do Nordeste, que o clube vai renovar o contrato do jovem volante Jota até dezembro de 2027. Ceni também explicou que o clube planeja uma abordagem conservadora para a próxima janela de transferências, priorizando ajustes pontuais e respeitando os limites orçamentários impostos pela diretoria e pelo Grupo City, responsável pela SAF do clube.
Joia da base, Jota ganha espaço e contrato renovado
Jota, de 21 anos, é uma das promessas mais comentadas das divisões de base do Bahia nos últimos anos. O volante acumula dez jogos como profissional — cinco na última temporada e cinco neste ano — e tem ganhado a confiança do treinador. Segundo Ceni, o atleta deve seguir recebendo oportunidades.
“O Jota foi bem contra o Confiança, por isso ganhou minutos hoje [diante do Náutico]. Entre ele e o Everton [Ribeiro] para entrar, escolhi ele, e para mim foi o melhor jogador dos que entraram. Elegante, solto, trabalhando bem a bola”, elogiou o técnico.
Ceni também detalhou a situação contratual do jogador:
“Ele tem contrato por vencer no mês que vem, mas vamos exercer a cláusula de renovação até dezembro de 2027. Vai continuar trabalhando com a gente.”
A renovação reforça a filosofia do clube em valorizar os talentos da base, especialmente em um momento em que o futebol brasileiro vive pressão por equilíbrio financeiro e sustentabilidade.
Contratações pontuais e “janela de ajustes” em 2025
Questionado sobre possíveis reforços para o restante da temporada, o treinador foi direto: não há intenção de grandes investimentos. A ideia é manter o foco em peças pontuais, apenas para suprir lacunas específicas no elenco.
“É uma janela de ajustes, não de investimentos. Se tiver uma ou duas peças para trazer, vamos tentar. Temos um bom elenco, talvez uma ou outra carência. Vamos trabalhar com o que o orçamento permite. Como se fosse um fantasy game: a gente vai adequando”, explicou.
A fala reforça a política do Grupo City, que prioriza planejamento a longo prazo, análise de desempenho, uso racional dos recursos e aposta na formação de jogadores com potencial de venda futura.
Histórico conservador desde a chegada do Grupo City
Desde que o Bahia se tornou Sociedade Anônima do Futebol (SAF), em 2022, o clube tem evitado gastos excessivos nas janelas intermediárias. Em 2023, por exemplo, apenas cinco reforços chegaram no meio do ano: Adriel (goleiro), Camilo Cándido (lateral), Gilberto (lateral), Léo Cittadini (meia) e Rafael Ratão (atacante).
Já em 2024, os investimentos foram ainda mais comedidos: Lucho Rodríguez, a contratação mais cara da história do clube (R$ 65,3 milhões), chegou no início do ano, junto ao lateral Iago Borduchi, que já tinha pré-contrato assinado.
Esses dados demonstram que o Bahia tem evitado compras por impulso e adotado uma política de contratações inteligente, alinhada com a performance e o projeto esportivo da SAF.
Bahia encara sequência decisiva em três frentes
Mesmo com cautela no mercado, o Tricolor terá desafios importantes no segundo semestre, incluindo:
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Campeonato Brasileiro – onde busca vaga na Libertadores;
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Copa do Brasil – com ambição de título nacional;
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Copa Sul-Americana – competição estratégica tanto em termos de visibilidade quanto de premiação;
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Copa do Nordeste – fase final em andamento.
O próximo compromisso do Bahia será contra o Bragantino, nesta quinta-feira (12), às 19h, no estádio Cícero de Souza Marques, pelo Brasileirão. A partida acontece durante a última oportunidade da janela extraordinária, aberta por causa da Copa do Mundo de Clubes da FIFA. A segunda janela de transferências reabre no dia 10 de julho e segue até 2 de setembro.
Base como pilar da nova filosofia
Ceni destacou ainda que apostar na base é uma forma de suprir a falta de reforços e, ao mesmo tempo, garantir um ciclo sustentável para o clube. Jogadores revelados internamente são mais baratos, identificados com o projeto e, em muitos casos, geram lucros em negociações futuras.
“Não adianta trazer qualquer jogador. É melhor apostar na base, que pode formar atletas de qualidade e ainda render retorno financeiro no futuro”, disse o técnico.
Visão de futuro com responsabilidade
A postura adotada pela SAF do Bahia indica que o clube quer construir um futebol competitivo e financeiramente saudável. A renovação de jovens como Jota, a prudência nas contratações e a valorização do que já existe dentro do elenco são elementos centrais dessa estratégia.
Se mantiver essa linha de gestão, o Bahia pode consolidar-se como uma referência de organização no cenário nacional — sem abrir mão da ambição por títulos.
