Os rivais políticos da França mal tiveram tempo de digerir os resultados do sucesso eleitoral do Reagrupamento Nacional (RN) antes de iniciar uma nova campanha para a votação final. O partido anti-imigração garantiu um em cada três votos no primeiro turno das eleições parlamentares. Agora, eles estão focados em obter a maioria absoluta.
Apelo aos Eleitores
O líder do RN, Jordan Bardella, que espera ser o próximo primeiro-ministro da França, apelou aos eleitores para escolherem entre uma aliança de esquerda que ele chamou de “uma ameaça existencial à nação francesa” e um partido de patriotas prontos para agir. O primeiro-ministro Gabriel Attal, que pode estar a dias de perder o emprego, afirma que o objetivo é claro: impedir que a extrema direita conquiste a maioria absoluta.
Situação de Macron
Emmanuel Macron, que convocou a eleição e colocou a França em crise política, ainda tem três anos como presidente e prometeu não renunciar. No entanto, o movimento centrista que ele fundou ficou apenas em terceiro lugar no primeiro turno e agora se vê eclipsado por uma aliança de esquerda chamada Novo Front Popular, além do Reagrupamento Nacional de Marine Le Pen e Jordan Bardella.
Meta do RN
Dos 577 assentos na Assembleia Nacional, o RN precisa de 289 para formar uma maioria absoluta e implementar seu programa sobre imigração, lei e ordem e cortes de impostos. O partido deseja restringir o bem-estar social aos cidadãos franceses, abolir o direito automático à cidadania francesa para pessoas que vieram para a França como crianças e impedir que 3,5 milhões de pessoas com dupla cidadania ocupem cargos sensíveis e estratégicos.
Resultados do Primeiro Turno
O RN e seus aliados já têm 38 assentos confirmados, conquistados com mais da metade dos votos locais no primeiro turno de domingo. O Front Popular tem 32 e a aliança de Macron apenas dois, uma indicação de quão atrás ficou o partido governante. Outros 501 assentos ainda precisam ser decididos e os três principais blocos partidários têm grandes decisões a tomar nas próximas 24 horas.
Decisões Cruciais
Os candidatos qualificados para o segundo turno de domingo pelo campo de Macron ou pelo Front Popular têm até às 18h de terça-feira para decidir se retiram ou não suas candidaturas, para maximizar as chances de um rival político derrotar o Reagrupamento Nacional. Tanto o Front Popular quanto o campo de Macron apelaram aos eleitores para não votarem na extrema direita. Mas as tensões entre os dois vieram à tona na segunda-feira, uma indicação da alta intensidade desta eleição e da brevidade da campanha.
Reações e Tensões
A líder dos Verdes, Marine Tondelier, estava à beira das lágrimas durante uma entrevista de rádio, quando reagiu com raiva ao apelo de um ministro de Macron para não apoiar o maior partido da aliança de esquerda. O Ministro das Finanças, Bruno Le Maire, havia dito momentos antes que os eleitores deveriam evitar o França Insubmissa, cujos críticos o denunciam como extremista, assim como não deveriam votar no partido de Bardella. Tondelier disse que por 10 anos viveu em uma cidade controlada por Marine Le Pen do Reagrupamento Nacional, e que a aliança de Macron havia entendido mal a questão e optado por desonra e covardia.
Disputas Locais
“O Reagrupamento Nacional tem chance de ganhar a maioria absoluta na Assembleia Nacional? A resposta é sim. A França Insubmissa está em posição de ganhar a maioria absoluta? A resposta é não.” O que é tão incomum nesta eleição é que mais de 300 das disputas locais são entre três candidatos. A participação de domingo, de 66,7%, foi a mais alta desde 1997, o que significou que mais candidatos do que nunca se qualificaram para o segundo turno.
Retiradas Estratégicas
Mas na tarde de segunda-feira, um grande número de candidatos em terceiro lugar havia se retirado da corrida, segundo o Le Monde, incluindo aqueles que se apresentavam pelo Ensemble e pelos partidos individuais no Front Popular. Uma das principais figuras do RN, Sébastien Chenu, disse estar confiante de que, mesmo que seu partido não alcance os 289 assentos, ele conseguirá “encontrar apoiadores” na nova Assembleia Nacional. Ele afirmou que pode haver deputados interessados em evitar que a Assembleia fique bloqueada, e se isso for possível, “assumiremos nossas responsabilidades perante o povo francês”.
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