Os seis candidatos à Prefeitura de São Paulo iniciaram suas campanhas visitando igrejas e periferias. A partir desta sexta-feira (16), eles têm a possibilidade de pedir votos, realizar comícios e distribuir material de campanha.
Primeiros passos na campanha
Os candidatos estão planejando caminhar pelos extremos leste e sul da cidade. As periferias têm sido um ponto central em seus discursos, pois afirmam conhecer “o outro lado da ponte”.
Ricardo Nunes (MDB), que busca a reeleição, decidiu repetir a estratégia utilizada por Bruno Covas na campanha de 2020. O prefeito participará de uma missa às 7h na Catedral de Santo Amaro, localizada na zona sul, onde possui forte base eleitoral. Tomas Covas (PSDB), filho de Bruno, também estará presente, reforçando o legado de seu pai. Bruno Covas faleceu em 2021, deixando a prefeitura para Nunes, que era vice na época.
Nunes está enfatizando a continuidade da gestão de Covas, e sua presença na missa representa também um aceno ao eleitorado religioso. De acordo com o Datafolha, Nunes e Guilherme Boulos (PSOL) estão tecnicamente empatados nas intenções de voto entre os católicos. Além disso, entre os evangélicos, o empate ocorre com o ex-coach Pablo Marçal (PRTB).
Movimento nas zonas sul e leste
Guilherme Boulos (PSOL) começará o dia com um café da manhã junto a sua vice, Marta Suplicy (PT), em sua casa no Campo Limpo, zona sul. Em seguida, ambos caminharão pelo comércio local. No final do dia, eles realizarão um ato de campanha em Itaquera, na zona leste.
A campanha de Boulos pretende dar destaque a Marta na chapa, uma vez que sua gestão como prefeita foi bem avaliada nas periferias. No entanto, ela não conseguiu a reeleição. Boulos enfrenta o desafio de aumentar sua popularidade entre eleitores de renda e escolaridade mais baixas, onde Nunes lidera, segundo o Datafolha.
Candidatos fora das ruas
José Luiz Datena (PSDB) não tem atividades públicas programadas para esta sexta-feira. Ele afirmou ao UOL que irá a Aparecida, no Vale do Paraíba, onde visitará a basílica de Nossa Senhora da Aparecida. Até o momento, Datena fez apenas uma aparição pública, no Mercadão, onde posou para fotos. Sua equipe minimiza a falta de eventos, argumentando que ele já é amplamente conhecido.
Pablo Marçal (PRTB) e Tabata Amaral (PSB) começaram suas campanhas na periferia. Marçal visitará Cidade Tiradentes, um dos bairros mais populosos da cidade. Tabata, por sua vez, visitará uma escola municipal na Brasilândia, zona norte. Interlocutores afirmam que esta é uma oportunidade crucial para aumentar a visibilidade de Tabata, especialmente na periferia. Ela finalizará o dia com um evento no Butantã, zona oeste, onde apresentará seu plano de governo.
Clima tenso marca início da campanha
Após as atividades nas periferias, os candidatos seguirão para o centro da cidade em horários próximos. Marçal fará uma caminhada às 12h na rua 25 de Março. Às 12h30, Boulos iniciará uma caminhada no entorno do Theatro Municipal. Tabata havia planejado uma visita ao Mercado Municipal às 12h, mas o evento foi cancelado na noite de quinta-feira (15).
Na quarta-feira (14), Boulos e Marçal protagonizaram um momento tenso durante um debate organizado pelo Estadão/Terra/Faap. Marçal mostrou uma carteira de trabalho a Boulos, dizendo que queria “exorcizar” o adversário. Boulos tentou retirar a carteira das mãos de Marçal, resultando em uma troca de tapas.
No primeiro confronto entre os candidatos, Marçal perdeu o controle após ser questionado por Tabata sobre sua experiência com crimes. Ele foi condenado por furto qualificado em 2005, por envolvimento em uma organização criminosa que invadia contas bancárias online.
Corrida eleitoral acirrada
A disputa pela Prefeitura de São Paulo conta com dez candidatos registrados na Justiça Eleitoral. Além de Boulos, Datena, Marçal, Marina, Nunes e Tabata, Altino Prazeres (PSTU), Bebetto Haddad (Democracia Cristã), João Pimenta (PCO) e Ricardo Senese (Unidade Popular) também estão na corrida.
Segundo o Datafolha, há um empate técnico entre Nunes e Boulos. O levantamento divulgado na quinta-feira passada (8) mostra que Nunes tem 23% das intenções de voto, enquanto Boulos possui 22%. A margem de erro é de três pontos percentuais.
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