“Influência externa e indicadores de inflação guiam o mercado de DI no Brasil”
As taxas de juros no Brasil recuaram, com maior intensidade nos vértices de médio e longo prazo, devido a fatores como os dados benignos sobre a inflação no país, bem como a queda das taxas dos Treasuries nos Estados Unidos, após indicadores mostrarem uma alta de preços mais contida na economia americana. Este movimento no mercado de DI reflete a influência de eventos internacionais, mas também revela a cautela dos investidores diante de incertezas sobre a trajetória das taxas nos EUA e seu impacto na economia global.
Os indicadores econômicos divulgados recentemente pelos Estados Unidos mostraram um crescimento de 4,9% no terceiro trimestre, em base anualizada, enquanto a inflação medida pelo índice de gastos com consumo (PCE) desacelerou de 3,7% para 2,4% na mesma base de comparação. Esses números provocaram quedas nas taxas dos Treasuries, uma vez que os investidores tentam antecipar os dados da inflação do PCE referente a setembro. Essa movimentação impacta o mercado de DI brasileiro, uma vez que influencia as expectativas de taxas de juros no Brasil.
Além da pressão externa, o IPCA-15 de outubro no Brasil também teve seu papel, embora tenha subido mais do que o esperado pelo mercado, principalmente devido a um aumento significativo nos preços das passagens aéreas. No entanto, o indicador apontou desaceleração tanto nos núcleos quanto na inflação cheia, sugerindo espaço para o Banco Central do Brasil cortar juros em um ritmo mais forte, embora as incertezas sobre a política de juros dos Estados Unidos limitem essa possibilidade.
Enquanto as preocupações com o cenário internacional prevalecem, investidores também estão atentos a notícias domésticas que podem afetar o cenário fiscal e de preços, como a decisão do Confaz de elevar o ICMS sobre combustíveis a partir de fevereiro do próximo ano. No entanto, o mercado parece estar mais focado em eventos de curto prazo que podem impactar as taxas de DI.
A trajetória das taxas de juros no Brasil é influenciada por uma série de fatores, incluindo eventos internacionais e domésticos. A incerteza sobre as taxas dos Treasuries dos EUA e a disposição do Federal Reserve em relação à política de juros estão entre as principais preocupações dos investidores, afetando as expectativas em relação à Selic no Brasil. Essa dinâmica é um reflexo da interconexão dos mercados globais e da cautela dos investidores em um ambiente econômico incerto.
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