Victoria Villarruel, vice-presidente da Argentina, defendeu o cântico racista e transfóbico entoado por jogadores da seleção contra os franceses após a conquista da Copa América, no último domingo (14).
O que aconteceu
Victoria Villarruel se manifestou no X (antigo Twitter), nesta quarta-feira (17). A vice-presidente afirmou que “nenhum país colonialista vai intimidar” a Argentina. Além disso, chamou os franceses de “hipócritas” e pediu que as pessoas “parem de fingir indignação”.
Declarações de Villarruel
Por fim, Victoria afirmou que “banca” Enzo Fernández, jogador que gravou o momento do cântico racista e transfóbico, e agradeceu a Messi. Em suas palavras:
“A Argentina é um país soberano e livre. Nunca tivemos colônias ou cidadãos de segunda classe. Nunca impusemos nosso modo de vida a ninguém. Mas também não vamos tolerar que façam isso conosco. A Argentina foi feita com o suor e a coragem dos índios, dos europeus, dos crioulos e dos negros como Remedios del Valle, Sargento Cabral e Bernardo de Monteagudo. Nenhum país colonialista nos vai intimidar por uma canção de torcida ou por dizermos verdades que não querem admitir. Parem de fingir indignação, hipócritas. Enzo [Fernández], eu te banco, Messi, obrigado por tudo! Argentinos sempre de cabeça erguida! Viva a Argentina!”
Reação dos Jogadores
O momento foi registrado pelo volante Enzo Fernández em uma live no Instagram. No entanto, ele parou a filmagem quando percebeu os gritos racistas e transfóbicos. Um trecho da live foi publicado no X.
A Música Polêmica
A música foi feita por torcedores em provocação à França e Mbappé. Ela ganhou força durante a Copa do Mundo de 2022, no Qatar. A letra da música cantada pelos argentinos inclui trechos ofensivos:
“Escutem, corre a bola, eles jogam na França, mas são todos de Angola. Que lindo que vão correr, comem transsexuais como o p… do Mbappé. Sua velha (mãe) é nigeriana, seu velho (pai) é camaronês, mas no documento: nacionalidade francês.”
A música gerou revolta em 2022 após um vídeo de torcedores argentinos viralizar. Os trechos racistas estão contidos nas frases sobre as nacionalidades dos pais dos jogadores franceses, muitos deles vindos do continente africano. A transfobia aparece no trecho sobre um suposto relacionamento de Mbappé. Em 2022, a imprensa francesa especulou que o astro francês estaria se relacionando com uma modelo transsexual.
Repercussões e Consequências
O registro feito por Enzo Fernández gerou desconforto. A Federação Francesa de Futebol acionou a Fifa e pediu medidas quanto ao caso. O volante do Chelsea, por sua vez, ficou sem clima com companheiros franceses do clube, que se revoltaram com o vídeo. Na última terça-feira (16), ele pediu desculpas.
Fonte: UOL
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