Alderico Rocha Santos afirma que o valor é proveniente da venda de uma propriedade ao futebolista goiano Arthur Melo, ex-Goiás
Investigação e Acusações
O Ministério Público Federal (MPF) está investigando o juiz Alderico Rocha Santos, da 5ª Vara Federal da Seção Judiciária de Goiás, por suspeita de enriquecimento incompatível com sua renda. Santos recebeu R$ 4,1 milhões do jogador Arthur Melo, atualmente atuando na Europa, que já jogou pelo Goiás e foi campeão da Copa América de 2019 com a Seleção Brasileira.
Uso dos Recursos
O valor foi utilizado pelo juiz para adquirir duas fazendas no Tocantins, avaliadas em R$ 33,5 milhões. De acordo com a denúncia, o magistrado utilizava intermediários para efetuar os pagamentos dos imóveis, seja por cheques ou transferências bancárias.
Procedimentos e Denúncia
O MPF acusa Santos de não conseguir comprovar a origem dos recursos que permitiram um aumento patrimonial de mais de dez vezes. Em decorrência disso, o MPF solicitou sua aposentadoria compulsória. Atualmente, o juiz está sendo investigado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
A investigação teve início após uma denúncia de Adriane Borges Inácio Campos, proprietária da Fazenda Mata Azul em Britânia (GO), que vendeu o imóvel a Santos por R$ 15 milhões. Adriane incluiu na denúncia conversas e comprovantes de depósitos, incluindo uma transferência de R$ 4,1 milhões feita em nome de Arthur Melo. O juiz confirmou a transação, alegando que foi uma venda legal e documentada de terras para o jogador.
Declarações e Defesa
“Eu vendi uma terra para o Arthur. Tudo documentado, tudo comprovado. Saiu da conta dele direto para a Adriane, que me vendeu a terra. Nada de errado”, disse Santos.
Segundo o juiz, a propriedade, localizada em Goiânia, foi adquirida por ele em 2003 e valorizada ao longo dos anos, principalmente devido a melhorias na infraestrutura local. Arthur Melo, por sua vez, não é alvo de investigação, sendo o foco da investigação apenas o juiz.
Controvérsias e Desentendimentos
Conversas entre Santos e Adriane revelam desentendimentos sobre os pagamentos e a retirada de pertences da fazenda. Em uma dessas conversas, o juiz acusou Adriane de má-fé e desafiou suas alegações sobre a procedência dos pagamentos.
Conclusão da Denúncia
O MPF, representado pela procuradora Ana Paula Mantovani Siqueira, argumenta que o patrimônio declarado pelo juiz em 2022 não é compatível com sua renda. Em sua defesa, Santos alega que os valores provêm de vendas de imóveis e atividades agropecuárias, além de rendas herdadas e acumuladas desde 1997. No entanto, a procuradora destacou a falta de documentação comprovando essas fontes de renda.
Patrimônio e Atividades
Santos também é associado a várias empresas, incluindo a Agropecuária Sucesso e o Residencial Pôr do Sol. Além disso, possui veículos de luxo, como um Ford Mustang Mach 1 de 2022.
Atualmente, o juiz está afastado de suas funções pela Corregedoria do CNJ, aguardando o desfecho das investigações.
Fonte: Metrópoles
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