O homem acusado de matar Samantha do Valle, de 20 anos, deve ir a júri popular em Florianópolis. A 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) manteve decisão de primeira instância e recusou os argumentos da defesa do réu, a qual alegou que o crime de feminicídio estaria fora da atribuição da Vara do Tribunal do Júri da comarca da cidade. A decisão é de sexta-feira (14), mas até esta terça (18), a data do julgamento não havia sido marcada. O acusado segue preso e poderá recorrer da decisão em instâncias superiores
A mulher transgênero foi morta em fevereiro de 2020. Ela foi encontrada sem vida dentro do porta-malas de um carro em um motel no Sul da Ilha. Segundo a denúncia do Ministério Público, a vítima foi convidada pelo acusado para ir ao local. Após terem relações, ela acabou sendo asfixiada até a morte
A defesa do acusado também pediu à Justiça o afastamento das qualificadoras de feminicídio com recurso que impossibilitou a defesa da vítima e asfixia. Os advogados pediram ainda a absolvição sumária dos crimes de ocultação de cadáver e adulteração de sinal identificador de veículo automotor. Todos os pedidos forram negados
Denúncia do MPSC
De acordo com o MPSC, o acusado era cliente assíduo de Samantha. Na denúncia, o órgão informou que o homem “apresentava menosprezo e discriminação em relação à condição dela de mulher transgênero e à atividade de prostituição por ela exercida”
Após o crime, ele teria tentado ocultar o corpo da vítima ao colocá-lo no porta-malas do carro, que tinha as placas tampadas. A ocultação não aconteceu, segundo o TJSC, porque o acusado acabou surpreendido e preso em flagrante com a chegada da Polícia Civil no local.
Fonte: g1