Ao todo, nove pessoas foram condenadas por um esquema que envolveu advogados e um escrivão de uma Vara Cível do noroeste do Paraná. Grupo lesou ao menos 29 pessoas.
Advogados e chefe de uma organização criminosa acusado de comandar um esquema para aplicar golpes em correntistas foi condenado a quase 200 anos de prisão no Paraná, segundo o Ministério Público (MP-PR). O grupo causou um prejuízo de R$ 5,4 milhões, vitimando ao menos 29 pessoas.
Segundo o MP-PR, o grupo entrava com ações contra bancos, principalmente contra o Banco do Brasil, para reaver diferenças financeiras decorrentes de reformas econômicas, e não repassava os valores às vítimas. Essas diferenças são conhecidas como expurgos inflacionários.
O caso ganhou repercussão após uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). À época, três advogados foram presos em Loanda, no noroeste do estado.
Além do chefe da organização, outras oito pessoas foram condenadas por envolvimento no esquema. As penas, somadas, chegam a 496 anos de reclusão.
Os nomes dos investigados não foram divulgados. Cabe recurso da decisão.
O esquema
De acordo com as investigações, após ingressar contra os bancos em favor das vítimas, os advogados faziam os clientes a assinarem procurações e contratos de cessão de crédito ou quitação sem que os mesmos tivessem conhecimento do conteúdo.
A maior parte das vítimas são pessoas humildes e idosas, segundo Ministério Público.
Com isso, o grupo conseguia ficar com o dinheiro obtido por meio da ação judicial, não repassando os valores para as vítimas ou, ao menos, pagavam uma parte pequena do recurso.
Além dos advogados, um escrivão da Vara Cível de Santa Isabel do Ivaí, cidade do noroeste do Paraná, também participava do esquema.
O MP-PR apurou que o investigado usava o cargo para expedir alvarás judiciais em favor dos membros da organização criminosa, desobedecendo as normas processuais.
Sentença
Os réus foram investigados pelos crimes de organização criminosa, estelionato, apropriação indébita, lavagem de dinheiro e falsificação de documento particular. Segundo o MP-PR, o chefe da organização criminosa recebeu pena de 196 anos e 11 meses de reclusão.
Além das penas de reclusão, a Justiça também determinou a perda dos seguintes bens dos investigados: 23 imóveis, 15 veículos, uma lancha, 443 animais e R$ 6.032,39.
O escrivão investigado também foi condenado a perda de cargo público.
Fonte: g1
Veja Também: Ministra do STF Cármen lúcia vota por proibir governo de monitorar jornalistas e parlamentares em redes sociais