São Paulo — Alexandre Nardoni, condenado a 30 anos de prisão pelo assassinato de sua filha, apresentou à Justiça sua nova ocupação profissional um mês após conseguir progressão de regime e deixar a prisão.
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) exigiu que Nardoni tivesse um emprego em até 90 dias para manter sua liberdade condicional. Para atender a essa condição, ele abriu uma microempresa individual (MEI) e firmou um contrato de prestação de serviços com a construtora de seu pai.
Segundo o documento obtido pelo Metrópoles, Nardoni receberá um salário de R$ 2,5 mil e trabalhará em formato híbrido (presencial e remoto), com expediente reduzido às sextas-feiras, conhecido como “short Friday”.
O contrato detalha que ele atuará como “promotor de vendas de apartamentos novos e usados”. Suas funções também incluem “supervisão e acompanhamento de obras novas ou finalizadas” para “eventuais correções e reparos”.
Microempresa Individual (MEI)
O acordo entre a microempresa de Nardoni e a construtora de seu pai, ambas localizadas em Santana, na zona norte da capital paulista, começou na sexta-feira (7/6).
O documento afirma: “Este instrumento pode ser rescindido por qualquer das partes a qualquer momento, mediante comunicação por carta protocolada, e-mail ou qualquer outra forma de comunicação, desde que com antecedência mínima de 30 dias”.
Segundo o contrato, Nardoni prestará serviço de segunda a quinta-feira, das 8h às 18h. Nas sextas-feiras, o expediente termina uma hora mais cedo, às 17h.
Anna Carolina Jatobá, esposa de Nardoni e também condenada pelo assassinato de Isabella, testemunhou o contrato firmado entre ele e a construtora do pai.
Condenação
Alexandre Nardoni foi condenado pelo assassinato de sua filha, Isabella, de apenas 5 anos. A menina foi agredida e jogada de uma janela do sexto andar de um prédio na zona norte de São Paulo, em 2008. Levado a júri popular, ele foi considerado culpado dois anos depois.
Nardoni continua negando o crime e está preparando uma ação para tentar anular sua condenação.
Preso desde a época do crime, Nardoni reduziu 990 dias de sua sentença ao trabalhar e participar de programas educacionais na prisão. Entre os empregos que teve na cadeia, atuou na limpeza e na jardinagem.
Nardoni foi liberado na tarde do dia 6 de maio, quando a Justiça concedeu a progressão para o regime aberto. O exame criminológico foi favorável à sua soltura.
Na decisão, o juiz observou que Nardoni “mantém boa conduta carcerária, possui situação processual definida, cumpriu mais da metade do total de sua pena, e está usufruindo das saídas temporárias, retornando normalmente ao presídio”.
Fonte: Felipe Resk, Jornal Metrópoles
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