Na quarta-feira, a moeda norte-americana recuou 1,71%, cotada a R$ 5,5683. Já o principal índice acionário da bolsa de valores brasileira fechou em alta de 0,70%, aos 125.662 pontos.
O dólar opera em forte queda nesta quinta-feira (4), influenciado principalmente por notícias internas, devido ao feriado de Dia da Independência nos Estados Unidos. O cenário doméstico apresentou alívio nas tensões políticas.
Após uma alta expressiva do dólar causada por críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Banco Central do Brasil (BC) e seu presidente, Roberto Campos Neto, o anúncio do compromisso do governo com a meta fiscal acalmou os mercados.
Na noite desta quarta-feira (3), após reuniões ao longo do dia, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou um corte de R$ 25 bilhões em despesas, enfatizando que Lula determinou o cumprimento do arcabouço fiscal.
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, B3, também opera em alta.
Dólar
Às 10h20, o dólar caía 1,75%, cotado a R$ 5,4710. Na mínima do dia, chegou a R$ 4,4663.
Na quarta-feira, o dólar caiu 1,71%, cotado a R$ 5,5683. Com o resultado, acumulou:
- Queda de 0,36% na semana;
- Recuo de 0,36% no mês;
- Alta de 14,75% no ano.
Ibovespa
No mesmo horário, o Ibovespa subia 0,60%, aos 126.414 pontos.
Na véspera, o índice teve alta de 0,70%, aos 125.662 pontos. Com o resultado, acumulou:
- Alta de 1,42% na semana;
- Ganhos de 1,42% no mês;
- Perdas de 6,35% no ano.
Fatores que influenciam o mercado
Nos últimos dias, críticas do presidente Lula geraram receios no mercado sobre o compromisso do governo com a responsabilidade fiscal. O alívio nas tensões políticas, após declarações de Haddad, trouxe um tom mais positivo.
“Tivemos reuniões importantes hoje. Lula me pediu que esclarecesse que o arcabouço fiscal será cumprido rigorosamente. Essas leis regulam as finanças no Brasil e serão mantidas a qualquer custo”, afirmou Haddad em coletiva.
Haddad ainda anunciou cortes no Orçamento de 2025. Ele explicou que o governo fez uma revisão detalhada para identificar gastos sociais que poderiam ser cortados.
“Serão R$ 25,9 bilhões em cortes, realizados com base em critérios definidos por equipes ministeriais”, disse.
Durante o anúncio do Plano Safra voltado para a agricultura familiar, Lula reforçou que “responsabilidade fiscal é compromisso” e que o governo “não desperdiça dinheiro”.
“Aqui, aplicamos o dinheiro necessário, gastamos com educação e saúde. Responsabilidade fiscal é um compromisso desde 2003, e será mantido”, afirmou Lula.
Comentários de Lula sobre a alta do dólar
Na terça-feira, Lula destacou que “não se pode inventar crises” e “culpar” a alta do dólar em suas declarações.
“É preocupante essa subida do dólar. Há especulação contra o Real. Vou discutir isso na próxima reunião”, disse Lula.
Ele também defendeu a autonomia do Banco Central, destacando que Campos Neto tem um viés político.
“Precisamos de um Banco Central autônomo, sem pressões políticas. Não pode servir ao mercado financeiro”, afirmou Lula.
Lula disse que o próximo presidente do BC deve olhar para o Brasil como ele é, e não sob a ótica do sistema financeiro.
Resposta de Campos Neto
Campos Neto, em resposta, afirmou que a interrupção do ciclo de cortes de juros pelo BC está mais relacionada a “ruídos” do que a fundamentos econômicos.
“Os ruídos estão ligados às expectativas sobre a política fiscal e monetária. Precisávamos interromper para ver como resolver isso e melhorar a comunicação”, disse Campos Neto.
De acordo com ele, há uma “grande desconexão” entre os dados correntes da economia, como as informações sobre as contas públicas, e as informações sobre política monetária (inflação e seu impacto na taxa de juros) e as expectativas dos agentes do mercado financeiro.
“O que aconteceu no Brasil é que as expectativas começaram a subir apesar de os dados correntes [de inflação] estarem vindo conforme o esperado”, explicou o presidente do BC.
Fonte: G1
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