Local e mansão do vereador Gabriel Monteiro foram alvos de operação nesta quinta-feira (7) que apura denúncias de assédio sexual e estupro.
O gabinete do vereador Gabriel Monteiro foi lacrado durante a operação da Polícia Civil nesta quinta-feira (7) que investiga denúncias de assédio sexual e estupro, inclusive de menores de idade. O vereador nega as acusações.
A operação ocorreu na Câmara dos Vereadores e na mansão de Gabriel na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, entre outros locais. Ao todo, os agentes estiveram em 11 endereços, ligados a 7 pessoas.
O inquérito apura o vazamento de um vídeo íntimo de Gabriel fazendo sexo com uma adolescente de 15 anos.
A gravação foi compartilhada no Twitter e no WhatsApp, e Gabriel acusa ex-funcionários de vazá-la.
Gustavo Lima, advogado de Gabriel, afirmou que “ainda não tinha conhecimento pleno dos autos”. “Portanto, inviável qualquer manifestação”, declarou.
A investigação tem como elementos depoimentos de ex-assessores. Um deles afirmou à polícia que o chefe mostrava vídeos de sexo dele com menores “como se fossem troféus”. O NoticiaTem teve acesso ao depoimento desse funcionário, que pediu licença médica em janeiro “após crise de transtorno de ansiedade”.
“Gabriel tinha o hábito de ficar exibindo vídeos íntimos, dele mantendo relações sexuais com outras mulheres, maiores ou menores de idade, como se fossem ‘troféus’”, depôs.
O vereador e a garota prestaram depoimento
“Ele ia exibir os vídeos para todos, chegava nos seguranças, depois ia nos assessores. Dava para ver que ele tinha prazer em se exibir e se vangloriar”, emendou.
O vereador e a garota prestaram depoimento na 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes) e afirmaram que tanto a transa quanto a gravação foram autorizadas pelas duas partes. Gabriel contou ainda que a jovem lhe disse que maior de idade.
Mas, no depoimento, o funcionário afastado disse que Gabriel sabia que a adolescente era menor.
“Até porque ele tinha o hábito de fazer brincadeiras, dizendo que iria abrir uma creche e que mulheres de 20 anos de idade já seriam velhas”, depôs.
Outro assessor também disse que Gabriel sabia que a adolescente era menor de idade, que falava “pra todo mundo” que a menina tinha 15 anos e que costumava dizer: “Minha novinha está me esperando”.
A TV Globo apurou que outro assessor relatou que a adolescente “tinha o hábito de estudar na casa de Gabriel com o uniforme da escola”.
Em depoimento, o mesmo assessor disse que já levou uma pílula do dia seguinte na casa da adolescente.
R$ 300 mil por mês
O canal no YouTube de Gabriel tem seis milhões de seguidores, que lhe rendem, segundo depôs o assessor, R$ 300 mil por mês com as visualizações. O salário-base na Câmara é R$ 14,3 mil — em um mês no YouTube, o vereador ganha o equivalente a quase dois anos de vencimentos como parlamentar.