Prisão de Nego Di e Operação do Ministério Público
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul prendeu o influenciador e humorista Dilson Alves da Silva Neto, mais conhecido como Nego Di, em Jurerê Internacional, Florianópolis, Santa Catarina. Na última sexta-feira (12), ele foi alvo de uma operação do Ministério Público por suspeita de lavagem de dinheiro.
Nego Di será transferido para Porto Alegre ainda neste domingo, após a audiência de custódia. O g1 tentou contato com a defesa do humorista, que prometeu se manifestar em breve.
Investigação de Estelionato
A prisão preventiva foi decretada devido a uma investigação de estelionato conduzida pela Polícia Civil desde 2022. Ele é acusado de enganar pelo menos 370 pessoas ao vender produtos em uma loja virtual de sua propriedade, sem nunca entregar os itens. A investigação revela que as contas bancárias ligadas a ele movimentaram mais de R$ 5 milhões em 2022.
Anderson Boneti, sócio de Nego Di na empresa, também teve sua prisão preventiva decretada pela Justiça no ano passado e foi preso na Paraíba em fevereiro de 2023, mas foi solto dias depois.
Operação da Loja Virtual “Tadizuera”
A loja virtual “Tadizuera” operou entre 18 de março e 26 de julho de 2022. Durante esse período, a Justiça ordenou seu fechamento. Nego Di divulgava os produtos, como ar-condicionados e televisores, em suas redes sociais, frequentemente com preços muito abaixo do mercado. Parte de seus seguidores comprou os produtos, mas nunca os recebeu.
A Polícia Civil tentou intimar Nego Di várias vezes para esclarecimentos, mas ele nunca foi encontrado. As autoridades estimam que o prejuízo dos clientes seja superior a R$ 330 mil, mas como as movimentações financeiras são milionárias, acredita-se que o número de vítimas seja maior.
Declarações de Nego Di
Antes da prisão, Nego Di se manifestou em sua conta no X (antigo Twitter): “Estávamos preparados para o que aconteceu ontem [sexta]. Nós sabíamos que iria acontecer mais cedo ou mais tarde, e todo mundo sabe o porquê do que aconteceu ontem”, escreveu ele.
Promoção de Rifas Virtuais
A operação realizada na sexta-feira investiga a suspeita de irregularidades em sorteios virtuais promovidos por Nego Di. Ele oferecia prêmios como dinheiro via PIX, celulares, videogames e até carros. Segundo o Ministério Público, o esquema envolve lavagem de dinheiro.
Em janeiro, ao promover o sorteio de um carro de luxo blindado, Nego Di chamou a atenção do MP. Na sexta-feira (12), ele e sua esposa, Gabriela Sousa, foram alvos de uma operação em Santa Catarina. Gabriela foi presa em flagrante por porte de arma de uso restrito, mas pagou fiança de R$ 14 mil e foi liberada.
A investigação revelou que os depósitos dos sorteios eram canalizados para contas vinculadas à sua esposa, empresas em nome do casal e até parentes, movimentando R$ 2,6 milhões.
Nota da Defesa dos Investigados
A defesa de Nego Di esclareceu que ainda não teve acesso ao inquérito conduzido pelo Ministério Público. No entanto, afirmou que todos os detalhes da situação e a inocência do humorista serão devidamente esclarecidos dentro do processo. A defesa também pediu que se evitem especulações e a divulgação de informações sigilosas.
Quem é Nego Di
Gaúcho de Porto Alegre, Dilson Alves da Silva Neto, o Nego Di, participou do Big Brother Brasil em 2021. Após o reality, ele começou a promover rifas em redes sociais, prática que agora é investigada pelo Ministério Público.
Nego Di já sofreu sanções da Justiça do Rio Grande do Sul por divulgar fake news em suas redes sociais. Em maio deste ano, o Tribunal de Justiça determinou que ele apagasse publicações sobre as enchentes e proibiu novas afirmações mentirosas, sob pena de multa de R$ 100 mil.
Fonte: G1
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