Inauguração do Monumento em Homenagem a Maria Felipa: Resgatando a História de uma Heroína da Independência do Brasil na Bahia
A Prefeitura de Salvador celebrou um marco histórico na manhã desta quinta-feira, 27 de julho, com a inauguração de um monumento em homenagem a Maria Felipa, uma das heroínas da Independência do Brasil na Bahia. A estátua, que agora se ergue na Praça Cairu, no bairro do Comércio, representa um reconhecimento tardio a uma figura fundamental na luta pela libertação do país, bem como uma exaltação à força e coragem das mulheres negras baianas.
Maria Felipa, uma marisqueira da Ilha de Itaparica, desempenhou um papel crucial na expulsão definitiva dos portugueses do solo baiano. Seu engajamento no movimento de resistência foi determinante para a conquista da independência, e agora, seu legado será perpetuado pela imponente escultura voltada para a Ilha de Itaparica, um dos pontos mais visitados da cidade de Salvador.
Na cerimônia de inauguração, o prefeito Bruno Reis (UB) ressaltou a importância de Maria Felipa na história da Bahia e do Brasil como um todo. Ele enfatizou que a escultura é um símbolo do reconhecimento à coragem e à força das mulheres negras, cujo papel muitas vezes foi negligenciado pela história oficial. Além disso, o prefeito destacou que o monumento é a maior homenagem já prestada a Maria Felipa em Salvador desde os 200 anos de independência.
É indiscutível que o movimento de resistência liderado por Maria Felipa e outros heróis da independência foi um fator determinante para a consolidação da democracia e a conquista de inúmeras liberdades que desfrutamos hoje. Ao lembrar da resistência incansável e determinada dessa mulher negra, somos lembrados do poder da perseverança e do espírito de luta que moldaram a história do Brasil.
Contudo, a cerimônia de inauguração também trouxe à tona a questão de renomear a Praça Cairu para homenagear a heroína Maria Felipa de maneira mais abrangente. O prefeito esclareceu que a mudança do nome da praça dependerá de uma aprovação dos vereadores da Câmara Municipal de Salvador (CMS). Ele afirmou que, caso aprovada, a prefeitura sancionará a mudança imediatamente, seguindo a lógica adotada em outras ocasiões de alteração de nomes de ruas, monumentos e praças.
Essa discussão sobre a possibilidade de renomear a praça mostra como homenagens históricas podem ser reavaliadas e adaptadas para refletir valores e figuras significativas que foram sub-representadas ou esquecidas ao longo do tempo. O gesto de reconhecer Maria Felipa com um monumento é um passo importante para resgatar sua memória e destacar a relevância das mulheres negras na história da independência brasileira.
Em suma, a inauguração do monumento em homenagem a Maria Felipa é um marco significativo para a cidade de Salvador e para todo o Brasil. Além de reconhecer o papel fundamental da heroína na Independência da Bahia, o monumento serve como um lembrete poderoso do poder das mulheres negras e de suas contribuições muitas vezes silenciadas para a construção da nação. Espera-se que essa iniciativa inspire outros esforços para preservar e divulgar a história das mulheres e de outras figuras marginalizadas que também desempenharam papéis cruciais no passado do país.
Quem foi Maria Felipa, a escravizada liberta que combateu marinheiros portugueses e incendiou navios
“Nasceu escrava, mas depois de liberta colocou a liberdade como maior tesouro de sua vida, moradora da Ilha de Itaparica, negra, alta, desde cedo aprendeu a trabalhar como marisqueira, pescadora, trabalhadora braçal que aprendeu na luta da capoeira a brincar e a se defender, que vestia saias rodadas, bata, torso e chinelas, foi líder de um grupo de mais de 40 mulheres e homens de classes e etnias diferentes, onde vigiava a praia dia e noite a fortificando com trincheiras para prevenir a chegada do exército inimigo, e organizava o envio de alimentos para o interior da Bahia (recôncavo), atuando na luta pela libertação da dominação portuguesa.”
Este trecho do livro Maria Felipa de Oliveira – Heroína da Independência da Bahia, de Eny Kleyde Vasconcelos Farias, se refere a esta personagem no mínimo controversa da história baiana e brasileira.
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