Religioso usava igrejas evangélicas para lavar dinheiro da facção criminosa.
Condenação de pastor envolvido com o PCC
O pastor Geraldo dos Santos Filho, conhecido como pastor Júnior, foi condenado a mais de 84 anos de prisão por seu envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Ele utilizava igrejas evangélicas para lavar dinheiro da facção criminosa, além de ser acusado de associação criminosa.
A condenação de Geraldo foi parte da Operação Plata, lançada em fevereiro de 2023 pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN). A operação resultou na prisão de sete pessoas, incluindo seu irmão, Valdeci Alves dos Santos, conhecido como Colorido, que liderava atividades do PCC nas ruas até ser preso em 2022.
Ligação entre os criminosos
Segundo o MPRN, Geraldo atuava como intermediário entre Valdeci e outros membros do grupo. Ele era responsável por coordenar a movimentação de valores ilegais que financiavam a facção.
A Operação Plata foi coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e contou com a participação da Polícia Militar do RN, além de Ministérios Públicos de outros estados, como São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e outros. O Departamento Penitenciário Nacional (Depen) também ofereceu suporte à operação.
Esquema de lavagem de dinheiro nas igrejas
Geraldo acumulou um patrimônio de R$ 6 milhões com o esquema de lavagem de dinheiro. Ele comprou cinco igrejas no Rio Grande do Norte e duas em São Paulo para lavar dinheiro proveniente do tráfico de drogas.
Sua primeira prisão ocorreu em 2002, quando a polícia o flagrou com 12 quilos de cocaína na Rodovia Castelo Branco, em Barueri. Ele fugiu em 2003 e permaneceu foragido até 2019. Durante esse tempo, fundou a Assembleia de Deus Para as Nações, onde se passava por pastor Júnior. Sua esposa, Thais Cristina de Araújo Soares, também conhecida como pastora Thaís, participava ativamente da igreja e também foi condenada na operação.
Condenações e penas
As investigações começaram em 2019, focando nos crimes de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Além de Geraldo, sua esposa e outros familiares também foram condenados por suas ações.
Veja as penas:
- Gilvan Juvenal da Silva: 23 anos e oito meses de prisão;
- Valdeci Alves dos Santos: 17 anos e três meses de prisão;
- Thais Cristina de Araújo Soares: 19 anos de prisão;
- Lucenildo Santos De Araújo: 13 anos e seis meses de prisão;
- Joaquim Neto dos Santos: 12 anos e oito meses de prisão;
- Roberto dos Santos: 13 anos de prisão;
- Geraldo dos Santos Filho: 84 anos, 11 meses e 20 dias de prisão.
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