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Reprodução/ TJGO

Polícia

Sete PMs de Goiás viram réus por tentativa de homicídio e tortura de major durante curso do Bope

 

Policiais teriam forjado causa de internação como Covid-19, aponta denúncia do Ministério Público

Sete policiais militares de Goiás enfrentam acusações de tortura e tentativa de homicídio de um major durante um curso do Batalhão de Operações Especiais (Bope). O juiz Érico Mercier Ramos decidiu tornar esses policiais réus na Auditoria Militar do estado. A decisão foi publicada na última quinta-feira (6/6).

A reportagem do Metrópoles, publicada em 13 de maio deste ano, trouxe o caso à tona. De acordo com a denúncia do Ministério Público, o major da PMGO sofreu torturas brutais por três dias consecutivos no 12º Curso de Operações Especiais do Bope, realizado na Base Aérea de Anápolis, em outubro de 2021. Os métodos de tortura incluíram varadas, golpes com pedaços de madeira e açoites com corda.

Esquema para encobrir o crime

A corregedoria da PM de Goiás descobriu que os policiais tentaram ocultar a gravidade da situação. Eles informaram à família do major que ele estava internado com Covid-19. Segundo o MP, a intenção era que o major morresse no hospital e fosse enterrado em caixão lacrado, dificultando a investigação do ocorrido.

Estado de saúde e consequências

As agressões deixaram o major em estado gravíssimo. Ele entrou em coma profundo, sofreu lesões neurológicas severas e uma condição chamada rabdomiólise, que danifica os rins. Após muitas sessões de fisioterapia, o major recuperou parte dos movimentos, mas ainda tem 30% da função renal comprometida. Além disso, ele enfrenta um profundo abalo emocional por ter sido traído por seus colegas de farda.

Medidas cautelares e processo judicial

O juiz determinou que os réus não podem se aproximar das vítimas e testemunhas. Eles também não podem participar de cursos e treinamentos. A audiência de qualificação do caso está marcada para 12 de setembro deste ano. Um conselho de justiça, composto por militares, definirá a sentença.

Apesar das evidências e da gravidade das acusações, o magistrado não afastou os policiais das atividades operacionais. Ele considerou essa medida desproporcional, pois os fatos ocorreram em 2021 e não há registros de novos atos ilegais cometidos pelos réus desde então.

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Acusados

Os coronéis David de Araújo Almeida Filho e Joneval Gomes de Carvalho Junior, além do tenente-coronel Marcelo Duarte Veloso, enfrentam denúncias por tortura, omissão e tentativa de homicídio qualificado. Joneval atualmente é Chefe da Superintendência de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSPGO).

Os militares acusados de tortura qualificada são o capitão Jonatan Magalhães Missel, o segundo sargento Erivelton Pereira da Mata e o cabo Leonardo de Oliveira Cerqueira. O capitão Jonatan Magalhães Missel, coordenador do curso do Bope, também foi denunciado por tentativa de homicídio.

A Polícia Militar de Goiás afirmou, em nota, que todos os procedimentos cabíveis foram adotados no Inquérito Policial Militar. A reportagem busca contato com os advogados dos réus para obter declarações sobre o processo, que permanece sigiloso até o momento.

 

Fonte: Thalys Alcântara

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