Pela primeira vez desde dezembro, o dólar registra valor abaixo dos R$ 6, impulsionado por sinais de desaceleração da inflação nos EUA e expectativas de uma política monetária mais branda.
Nesta quinta-feira (16), o dólar comercial foi cotado a R$ 5,995 às 9h33, alcançando o menor índice desde 13 de dezembro, conforme dados do portal O Globo. O cenário marca o fim de uma sequência de alta que durou mais de um mês e traz alívio ao mercado financeiro.
Fatores que Influenciaram a Queda
O relatório da Corretora MonteBravo destacou que a queda do dólar está ligada à desaceleração da inflação nos Estados Unidos, renovando as esperanças de que o Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano, adote uma política monetária menos restritiva em 2024.
Rodrigo Moliterno, gestor de renda variável da Veedha Investimentos, também pontuou que o desempenho acima do esperado no IBC-Br, com retração de apenas 0,1%, criou um ambiente favorável para investimentos, mesmo com o ritmo econômico reduzido.
Desempenho das Bolsas e Juros
Na quarta-feira (15), as bolsas americanas encerraram em alta, impulsionadas pela divulgação dos dados do Índice de Preços ao Consumidor (CPI), que indicaram uma desaceleração da inflação ao consumidor nos EUA. Esse alívio inflacionário refletiu nas taxas de juros, que recuaram ao longo de toda a curva.
Os títulos do Tesouro americano também apresentaram quedas nas taxas, reforçando a confiança de investidores globais.
Análise dos Especialistas
Para John Kerschner, gerente de portfólio da Janus Henderson, o novo cenário traz maior confiança ao mercado:
“Talvez o mais importante seja que o mercado está aliviado pelo fato de que a possibilidade de taxas de juros extremamente altas, por enquanto, foi afastada.”
A queda de 0,36% no dólar comercial, que chegou a R$ 6,0241, reforça a percepção de que a economia global pode estar entrando em um momento mais estável.
Expectativas e Cenário Futuro
O mercado financeiro permanece atento à política monetária do Fed, que terá impacto direto na valorização do dólar e no comportamento de outras economias emergentes, como o Brasil. A recuperação das bolsas e a redução nos juros são sinais positivos, mas analistas recomendam cautela, já que a volatilidade do câmbio pode retornar a qualquer momento.