Investigação detalhada revela guerra interna na facção, com exclusões e conflitos entre líderes
O promotor de Justiça Lincoln Gakiya, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e de Combate ao Crime Organizado) de Presidente Prudente (SP), que há anos investiga as atividades do Primeiro Comando da Capital (PCC), revelou que a facção enfrenta sua pior crise em três décadas de existência. Segundo Gakiya, a organização criminosa está rachada e mergulhada em um conflito interno que teve início em 2012 na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (SP) e se intensificou recentemente na Penitenciária Federal de Brasília.
O principal ponto de tensão, conforme explicou o promotor, envolve o líder máximo do PCC, Marco Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola, e outros quatro importantes integrantes da cúpula da facção. Estes últimos, descontentes com Marcola, tornaram-se seus rivais, culminando em um confronto interno que resultou em exclusões e ameaças de morte.
Em 2012, o conflito teve início com o caso de Marcos Paulo Nunes da Silva, o Baianinho Vietnã, acusado de tomar uma biqueira sem autorização do PCC. Vietnã foi excluído da facção e teve sua morte decretada, mas Marcola interveio, suspendendo a execução da pena de morte, desagradando assim a Edilson Borges Nogueira, o Biroska, outro líder do grupo.
Em 2017, o assassinato de Biroska na Penitenciária 2 de Venceslau provocou ainda mais conflitos. Biroska teria mencionado um capítulo do livro “Laços de Sangue – A História Secreta do PCC”, que implicava a ex-mulher de Marcola como informante da polícia, o que resultou em sua morte por ordem dos líderes da facção, desagradando Gegê do Mangue, Paca, Cego, Tiriça e outros.
A crise interna do PCC, como revelada pelo promotor Gakiya, expõe um dos momentos mais delicados da história da organização criminosa, com líderes se enfrentando e disputando poder dentro da facção.