Polícia Federal conclui inquérito sobre tentativa de golpe de Estado em 2022, envolvendo Bolsonaro e 36 aliados.
O indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros 36 aliados pela Polícia Federal, nesta quinta-feira (21/11), representa um marco importante no inquérito sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado em 2022. Esse avanço no caso pode trazer impactos significativos para Bolsonaro, tanto no campo jurídico quanto no político, com potenciais reflexos em seus planos de retornar à Presidência.
Conforme o relatório da PF, Bolsonaro e os demais investigados são acusados de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. O documento foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), sob a análise do ministro Alexandre de Moraes, relator da ação.
Próximos passos do inquérito
O indiciamento marca o início de um novo capítulo no processo. O ministro Moraes deve remeter o caso à Procuradoria-Geral da República (PGR), que analisará as provas apresentadas e decidirá se há base para apresentar uma denúncia contra os investigados. Caso o STF aceite a denúncia, Bolsonaro e os demais indiciados passarão à condição de réus e enfrentarão o julgamento.
Bolsonaro, por sua vez, manifestou que sua defesa irá concentrar esforços na PGR. “Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta”, declarou o ex-presidente, criticando o ministro Moraes.
Possíveis penalidades
Entre as medidas que podem ser aplicadas estão a prisão preventiva ou o uso de tornozeleira eletrônica, embora essas opções sejam improváveis no momento. Contudo, caso seja condenado, Bolsonaro pode enfrentar a perda de liberdade.
Impactos políticos
No cenário político, o indiciamento aumenta as dificuldades de Bolsonaro em suas aspirações para 2026. Apesar de estar inelegível devido ao uso de canais estatais para atacar o sistema eleitoral, ele segue como principal figura da direita e busca apoio para uma possível anistia. Entretanto, a tramitação do projeto de lei da anistia enfrenta resistência no Congresso, especialmente após ações recentes que intensificaram a mobilização contra a proposta.
Fatos como o atentado com explosivos na Praça dos Três Poderes e a Operação Contragolpe da PF, que desarticulou planos de sequestro e assassinato de lideranças políticas, aumentaram as barreiras jurídicas e políticas enfrentadas por Bolsonaro.
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