Ex-presidente discursou em evento na Câmara dos Deputados do México. Na quarta, Lula se reuniu com o atual presidente mexicano, López Obrador.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez nesta quinta-feira (3) críticas ao governo de Jair Bolsonaro e responsabilizou a eleição da “extrema direita” pelos altos índices de fome, desemprego e mortes por Covid-19 no Brasil.
As declarações foram feitas durante pronunciamento na Câmara dos Deputados do México. Lula chegou ao país na última segunda-feira (28) e tem participado de uma série de reuniões com políticos e partidos de esquerda, incluindo o presidente mexicano López Obrador.
Aos mexicanos, Lula afirmou que a eleição de um governo de extrema-direita “devolveu o Brasil a um passado que julgávamos superado para sempre”.
Em fala de improviso, Lula ressaltou que o Brasil atualmente registra relatos de pessoas em filas para conseguir ossos ou carcaças de animais para se alimentar.
O ex-presidente disse ainda que, no atual governo, o Brasil vê a destruição dos direitos trabalhistas e das boas relações com a América Latina e com o resto do mundo, e passa ainda pela devastação do meio ambiente e por ataques à democracia.
Rússia x Ucrânia
Durante o pronunciamento, Lula também voltou a condenar a guerra no leste europeu, deflagrada após a invasão da Ucrânia pela Rússia.
“Eu me lembro quando o [ex-] presidente [George] Bush tentou convencer o Brasil a apoiar a invasão dos Estados Unidos ao Iraque. Eu respondi a ele que a única guerra que interessava ao Brasil era a guerra contra a fome. Se o presidente Putin tivesse pedido meu apoio para invadir a Ucrânia, eu diria a ele a mesma coisa. Sou e serei contra todas as guerras e contra toda e qualquer invasão de um país por outro país”, disse.
O ex-presidente afirmou ainda ser “inadmissível” que alguns líderes se comportem como “nossos antepassados da pré-história” e que um país se julgue no direito de instalar bases militares em torno de outro país.
“As grandes potências precisam entender que não queremos ser inimigos de ninguém. Não interessa a nós, nem ao mundo, uma nova guerra fria envolvendo Estados Unidos, China ou Rússia, arrastando o planeta inteiro a um conflito que pode colocar em risco a própria sobrevivência da humanidade”, disse.
Fonte: g1
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