A cidade de Ipameri, em Goiás, com cerca de 25 mil habitantes, se destaca em um aspecto inusitado: o aumento significativo no salário do prefeito. Jânio Pacheco, conhecido como Janinho, elevou seu salário de R$ 17.081,00 para R$ 28.716,00, representando um aumento de quase 70%.
Conforme dados do Censo de 2022, Ipameri ocupa a 46ª posição entre os municípios mais populosos de Goiás. Apesar de seu tamanho modesto, o salário do prefeito agora se aproxima ao do prefeito de São Paulo, cidade com mais de 12 milhões de habitantes.
De acordo com o Portal do Cidadão, do valor total de R$ 28.716,00, o prefeito tem um desconto de R$ 7.647,89, resultando em um salário líquido de R$ 21.068,72. Janinho assumiu o cargo em janeiro de 2021, com uma jornada de trabalho de 40 horas semanais.
Para efeito de comparação, o salário do prefeito de Ipameri supera o de gestores de grandes capitais como Fortaleza, Salvador e Manaus, e está próximo ao de Goiânia, a capital do estado.
Revolta dos moradores
Os habitantes de Ipameri manifestaram sua indignação ao portal Metrópoles, denunciando a desconexão entre a atitude do prefeito e as necessidades da população. Segundo os relatos, enquanto a cidade carece de investimentos em saúde, educação e infraestrutura, o prefeito prioriza seu próprio benefício.
Além disso, há denúncias de que Janinho empregou familiares em cargos de alto salário nas secretarias municipais. Entre os nomeados estão Jailson Pacheco na Secretaria para Assuntos Extraordinários, Eliana Pimenta Pacheco na Secretaria de Promoção Social, e Marnnen Pacheco na Secretaria de Articulação, todos com salários superiores a R$ 10 mil.
Comparação com outras cidades
Para fins de comparação, Anápolis, cidade vizinha com cerca de 391 mil habitantes, possui apenas oito secretarias. Já Ipameri, com uma população muito menor, tem 15 pastas, muitas delas ocupadas por familiares do prefeito.
Essa prática levanta questões sobre a responsabilidade fiscal e a transparência na gestão pública. O Metrópoles tentou contato com a prefeitura e o prefeito Jânio Pacheco, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria.
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