Apesar dos avanços na pavimentação promovidos pela gestão Nunes, a demora na recomposição de sinalizações preocupa moradores e pode acarretar responsabilidades legais.”
Em São Paulo, um ambicioso projeto de recapeamento asfáltico promovido pela prefeitura transforma a paisagem urbana, mas deixa um rastro de preocupação entre os cidadãos. A iniciativa, carro-chefe da administração do prefeito Ricardo Nunes (MDB), visa renovar 20 milhões de metros quadrados de asfalto, mas a falta de sinalização subsequente em muitas ruas já recapeadas aumenta os riscos de acidentes e coloca em xeque a segurança dos pedestres e motoristas da metrópole.
A cidade de São Paulo vivencia uma verdadeira revolução asfáltica desde junho de 2022, com a prefeitura sob a gestão de Ricardo Nunes investindo mais de R$ 4 bilhões na renovação de seu piso urbano. Até o momento, 12 milhões de metros quadrados de asfalto foram substituídos, em uma demonstração de compromisso com a infraestrutura da capital paulista.
No entanto, essa iniciativa enfrenta críticas devido à lentidão na recomposição da sinalização de trânsito. Faixas de pedestres, linhas de divisão de fluxo e rotatórias são elementos vitais para a segurança no trânsito, mas muitas vias recapeadas permanecem sem essas marcações por períodos estendidos. Uma investigação realizada nos dias 1º e 4 de março revelou 20 ruas e avenidas num raio de 8 km a partir da região central sem sinalização adequada, expondo um problema que pode ser ainda mais amplo, dada a extensão das obras de recapeamento pela cidade.
Moradores e transeuntes expressam preocupação com a situação. Welcia Paixão, 70, síndica de um edifício na região central, destaca o perigo iminente no cruzamento da avenida Paulista com a rua Maria Figueiredo, onde a ausência de faixas de segurança coloca em risco a vida de pedestres, incluindo crianças e pessoas com mobilidade reduzida.
A gestão municipal enfrenta o desafio de equilibrar as melhorias na infraestrutura viária com a necessidade urgente de garantir a segurança de seus cidadãos. Enquanto a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) afirma que a sinalização é restabelecida após a conclusão das obras, a comunidade espera por ações mais rápidas e eficazes para minimizar os riscos decorrentes da falta de marcações nas vias. Este cenário coloca em evidência a importância de um planejamento integrado que considere todas as facetas da mobilidade urbana e da segurança viária na maior cidade do Brasil.